Viajem de Cosme de Médicis a Portugal

Pier Maria Baldi - Coimbra - Aguarela a uma só cor sépia matizado - 1668-1669

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Aquedutos Coimbra

 Nota: Deliberadamente continuo s escrever segundo as normas do  ACORDO DE 1945

Coimbra    Aquedutos


Desde os seus primórdios, o HOMEM sentiu necessidade de controlar um dos mais importantes elementos naturais : a ÁGUA
Para transpor a barreira natural da água, construiu pontes
Para a transportar e distribuir aos mais variados sítios construiu: CANAIS DE IRRIGAÇÃO,  LEVADAS, AQUEDUTOS, FONTES, FONTANÁRIOS, BICAS, TAPADAS, AÇUDES, REPRESAS   (Bebedouros, marcos fontanários, lavadouros, etc. etc.)
memórias vivas do abastecimento público de água aos habitantes de Coimbra espalhados pelas ruas, largos,  praças e jardins da cidade constituem locais onde o património e a história de Coimbra  é bem visível e onde o som da água ecoa.

A principal cidade do Rio Mondego, a romana Aeminium convertida pelos Árabes em Qulumriyya e depois rebatizada pelos Cristãos de Coimbra, teve ao longo dos tempos quatro aquedutos

1 - Aqueduto romano 
3 - Aqueduto de S. Sebastião. Século XV

2 - Aqueduto Real do Mosteiro de  Santa Clara. Século XVII

4 - Aqueduto Santa Clara. Século XVIII


 "aqueduto"- canal artificial de distribuição de água das nascentes, aproveitando-se a gravidade

Tipos - Superficiais, subterrâneos, aéreos e mistos

O aqueduto ao chegar às povoações enchia grandes tanques "castellum" que depois distribuíam a água  pelos chafarizes, fontanários, bicas.

Muitos já são os conimbricenses a saber que Coimbra, ao longo dos tempos, teve quatro aquedutos:

dois na margem direita do Mondego 

dois na margem esquerda



O primeiro e mais antigo aqueduto de Aeminium, era uma conduta que transportava água do alto de Santana para a acrópole.
O segundo, mais famoso e mais conhecido, era e ainda é, o Aqueduto de São  Sebastião / S. Roque que o Rei D. Sebastião mandou reedificar sobre o velho aqueduto e que abastecia a população da Alta do precioso líquido.

O terceiro foi um cano de água  subterrâneo para abastecimento do Convento de Santa-Clara-a-Nova com nascente no Carrascal / Cruz de Morouços

O quarto era um outro aqueduto na Colina de Santa Clara que face à escassez de água do primeiro, as monjas clarissas mandaram construir (D. Maria I)  com nascente na Granja.
Curiosamente nunca foi acabado e tão pouco as suas águas foram aproveitadas... mas os vestígios da sua construção são bem visíveis.











AQUEDUTOS de SANTA CLARA


Na margem esquerda do Mondego, Santa Clara, dois aquedutos foram construídos, ambos para abastecerem de água o Mosteiro de Santa Clara-a-Nova.
O primeiro no século XVII e o segundo no século XVIII porque, na segunda metade deste século, o Mosteiro de Santa Clara de Coimbra deparava-se com problemas de abastecimento de água, pelo que as monjas clarissas mandaram edificar um novo aqueduto para abastecer a comunidade monacal.   
Naturalmente que são dois aquedutos distintos muito embora, e a dada altura, se tenha estabelecido grande confusão, pensando-se que só teria havido um. 


1 - Aqueduto Real de Santa Clara, aquífero situado no Carrascal, Cruz dos Morouços
A obra dos canos do Mosteiro Novo da Rainha Santa foi de Mestre Domingos de Freitas em 1650 ou 1651 e após a mãe de água desenvolve-se ao longo do solo, encaminhado por canais até ao mosteiro.

2 - Aqueduto Alves Macamboa terá tido o seu início em 1783 e que se estende ao longo de cerca de 2 Km. 
Tem o seu início na nascente da Granja, em Santa Clara.  
Este aqueduto foi mal projetado e não conseguiu dar gravidade para a condução da água, encaminhada também para o Mosteiro de Santa Clara, onde iria reforçar o abastecimento de água ao Mosteiro, o que nunca aconteceu.
No entanto está classificado como Património Nacional enquanto que o primeiro, não, e no entanto foi o que verdadeiramente transportava água para o Mosteiro de Santa Clara onde se localizavam as cisternas e não está nem nunca foi classificado.

Aqueduto do Real Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, que  levava água até ao seu destino; de 1650-1651 (D. João IV) e foi uma conduta de água à superfície com diversos respiradores 


e o Aqueduto de Santa Clara, 1783 do arquitecto Manuel Alves Macamboa, nunca funcionou, pois nunca foi concluído. (D. Sebastião) 

Há que ter sempre presente que o Aqueduto do Real Mosteiro de Santa Clara-a-Nova é uma coisa e o Aqueduto de Santa Clara é outra.
 


Aqueduto do Mosteiro de Santa Clara-a-Nova é uma estrutura em alvenaria, com alguns troços ao nível do solo e outros que emergem em muro. Tendo a sua nascente próximo da Rua Mário Pio, desenvolvendo-se ao longo de cerca de 2 km.

Túmulo da Rainha Santa - Mosteiro de Santa Clara a Nova 
recolocado no seu lugar primitivo após as Invasões Francesas


Curiosidade histórica
A quando das Invasões Francesas, o general Massena, vindo da derrota na Batalha do Bussaco, ao passar por Coimbra,  princípios de Outubro de 1810,  (terceira e maior invasão das tropas napoleónicas), ocupou e pilhou a cidade de Coimbra como era costume daquelas tropas invasoras.
Então as freiras Clarissas decidiram emparedar o túmulo da Rainha Santa, para evitar que fosse profanado e roubado, uma vez que é de prata, e levaram-no para o refeitório do Mosteiro, onde o esconderam por detrás de uma parede entretanto levantada.
O curioso é que o referido refeitório veio a servir de enfermaria às tropas francesas que, assim, estavam instaladas mesmo junto ao túmulo sem o saberem.
Coimbra vivia em situação aflitivo desde 1808 
Enquanto isso, as tropas invasoras de modo a procederem ao enfraquecimento da resistência, destruíram parte do aqueduto para cortarem o abastecimento de água à cidade.
Mal eles sabiam que por aquele aqueduto não corria o precioso líquido pelo que o general foi bem enganado sem saber.
Levaria justo castigo e monumental derrota na célebre Batalha da Linhas de Torres Vedras. 
Na fuga voltou a passar por Coimbra mas a população resistiu àquela tropa que cada vez mais saqueava, resistindo e lutando contra a sua entrada na cidade evitando assim os horrores daquele horda de assassinos e malfeitores que roubavam, maltratavam e assassinavam tudo por onde passavam
Os mortos, pilhagens, roubos pelas tropas napoleónicas foram indescritíveis. Ainda hoje é difícil compreender como é que passados 200 anos ainda haja portugueses a defender os ideais da Revolução Francesa.


MARGEM DIREITA do MONDEGO

AQUEDUTO ROMANO nada a descrever por não ter informações seguras sobre este aqueduto




AQUEDUTO SÃO SEBASTIÃO ou ARCOS do JARDIM
Aqueduto quinhentista


Este aqueduto foi reconstruído sobre o anterior, entre 1568 e 1570, durante o reinado de D. Sebastião, sobre as ruínas de arcos romanos e que permitiam  a passagem da água de várias nascentes.
Duas hipóteses de percurso:
1 - Nascente inicial na fonte de Celas (Fonte D'el-Rei mencionada em carta de 1429 do Infante D. Pedro. (O Fontanário tem a data de 1761 mas provavelmente indicativo do ano em que foi monumentalizado), o aqueduto subterrâneo ia  à Fonte da Rainha na Quinta da Rainha, local em que funcionou a Escola do Magistério Primário e actualmente o Instituto Maternal Bissaia Barreto. Segui depois pelo caminho de Celas (actual Rua Pedro Monteiro) passava pelo interior da cerca da penitenciária, (construída sobre o antigo Convento de Tomar) e passava nas traseiras da Casa-Museu Dr. Bissaia Barreto. 
A partir daqui o cano deixava de ser subterrâneo,  passava a aéreo, é surgia com o arco mais imponente logo no início.
A partir daqui o Aqueduto, popularmente conhecido como Arcos do Jardim, aparece representado nas cartografias: a panorâmica da cidade de Coimbra desenhada por Pier Maria Baldi em 1669 por exemplo.
2 Nascente no Alto de Santana, Fonte d'El-Rei, em troço subterrâneo seguia pelo Convento de Tomar, onde também recebia as águas da Fonte da Nogueira do Parque de Santa Cruz e a partir da actual Casa-Museu Bissaia Barreto passava a aéreo e seguia o percurso referido em 1 indo abastecer a Alta nomeadamente a Fonte dos Bicos no Largo da Feira dos Estudantes mas já por cano subterrâneo com cerca 100 m de extensão .


É constituído por 21 arcos levantados sobre pilares e tem um quilómetro de comprimento. Foi construído por Filipe Terzi, com o objetivo de levar água da colina de Santana  até à zona alta da cidade. 
São Sebastião

O primeiro arco, Arco Nobre ou de Honra apresenta duas esculturas, uma de São Sebastião voltada para Sul e outra de São Roque voltada para Norte

Imagem de São Sebastião

PER VIAM 
Curiosidade académica
Se bem reparar, na imagem de S. Sebastião vêm-se dois orifícios no tronco, onde estavam cravadas duas setas que se diziam ser de prata.
Um dia um estudante, (o poeta João de Deus segundo a tradição), condoído com o “sofrimento” da secular da imagem, arranjou maneira de subir até lá  “retirou” as setas, deixando um irreverente letreiro: 
Basta de tanto sofrer!

São Roque com o anjo e o cão

(1) - No século XII, Coimbra apresentava já uma estrutura urbana, dividida entre a cidade alta, designada por Alta ou Almedina, onde viviam os aristocratas, os clérigos e, mais tarde, os estudantes, e a Baixa, do comércio, do artesanato e dos bairros ribeirinhos.

Aqueduto de São Sebastião - Atrás Igreja de São Bento do século XVII demolida em 1932


https://www.blogger.com/blog/post/edit/8111819792914231250/6420014566647204839

JARDIM BOTÂNICO

O Jardim Botânico, obra do Marquês de Pombal em 1772, estende-se pela vertente poente da encosta que do Aqueduto desce até ao Mondego. com mais de 13ha em terrenos doados, na altura, pelos frades Beneditinos.
Espalha-se por vários patamares, escadarias e avenidas, sendo um dos jardins botânicos mais conceituados a nível mundial. 
A Mata ocupa dois terços da área total do jardim e é composta essencialmente por árvores exóticas em crescimento livre e pelo bambuzal.
Dos muitos botânicos e cientista que tornaram possível o Jardim destacamos o naturalista e botânico Avelar Brotero (século XVIII-XIX.)


Portão do Jardim Botânico. Frente à entrada a estátua de Avelar Brotero (1744-1828). (Erigida em 1887) 


Placa que identifica o autor do portão do portão principal do JBUC- Manuel Bernardes Galinha, serralheiro-artista de Coimbra.

A praxe académica aproveita e repete a costumada pergunta aos caloiros:
--- "preto é galinha o fez"
até eles darem com a resposta

Avelar Brotero, primeiro Director do Jardim Botânico de Coimbra
Foi o primeiro monumento em Portugal feito a um homem da Ciência.
É obra de Soares dos Reis que no esboço colocou Brotero sentado num cadeiral alto em atitude de quem disserta com vestes doutorais: capelo aos ombros e borla na mão esquerda assente nos joelhos.

domingo, 11 de outubro de 2020

Fontes e Chafarizes 

Nota: Deliberadamente continuo s escrever segundo as normas do  ACORDO DE 1945

COIMBRA

 



Chafarizes . Fontes . Bicas . Fontanários

  




Desde os seus primórdios, o HOMEM sentiu necessidade de controlar um dos mais importantes elementos naturais, a ÁGUA

Para a transportar aos mais variados sítios construiu: 
CANAIS,  LEVADAS, AQUEDUTOS, FONTES, FONTANÁRIOS, CHAFARIZES, BICAS, TAPADAS, AÇUDES, REPRESAS ....

Para transpor a barreira natural da água, construiu PONTES
Em Coimbra lagas dezenas de FONTES foram construídas ao longo dos tempos.
Coimbra sempre foi uma terra de águas: rios, ribeiras, arroios, linhas de água.... e muitas das ruas e avenidas já foram riachos (neste momento estou a pensar na Avenida Sá da Bandeira, traçado do século XIX, no vale entre Montarroio e Alta, e da Baixa sobe até à Praça da República, p.e.)
O riacho nascia na Quinta de Santa Cruz (popularmente conhecido como Jardim da Sereia) na Fonte da Nogueira e descia pelo vale abaixo atá ap Mondego, alimentando os logos ali exitentes e até movia moinhos, hoje desaparecidos, 
Vamos ver algumas das fontes mais importantes



FONTE dos JUDEUS

FONTE NOVA

 (hoje reconstruída)



Fonte construída por D. João V no local em que se faz  referência a uma mais antiga que remonta remonta a 1137, na época conhecida como Fonte dos Judeus, devido à sua localização junto ao Bairro Judaico. 
Considera-se que esta é a fonte de abastecimento público mais antiga de Coimbra.
A designação de Fonte Nova surge após a remodelação de que é alvo em 1725, altura em que também é transferida para outro local próximo.  Séculos mais tarde, e após várias mudanças de localização, é mandada colocar no seu atual local, pelo Dr. Mendes Silva, cuja obra de enquadramento ficou concluída em 1986.
Fica em frente ao Jardim da Manga.

Apontamento :
Existiu, em Coimbra, uma grande propriedade que, ao redor da Cerca de Almedina, a norte e a nascente, tinha sido pertença dos Judeus, mas da qual o povo sempre se servira livremente, essa propriedade acompanhava os muros da cidade
Junto à fortificação da cidade, sobre a localização exacta da Fonte Nova e sobre a forma como os Judeus se movimentavam dentro da urbe, coexistindo de forma pacífica com os restantes moradores a ponto de se servirem do mesmo terreno como rossio, o que faz com que as interligações entre culturas possam acarretar ainda algumas surpresas.
Após terem sido extintas as judiarias, em 1496, esse terreno voltara à posse régia e o rei vendera-o ao escudeiro Pêro Álvares de Figueiredo, mas o Concelho reclamava, igualmente, essa posse, alegando que o povo sempre o utilizara como rossio. E mais tarde, foi ainda este terreno que motivou conflitos entre D. João III e a cidade, acerca da cerca jesuíta. Seguramente que não se tratava de um qualquer terreno, como se pode deduzir a partir dos graves problemas que sempre suscito

Para saber mais ir POR AQUI


FONTE da MADALENA



Fonte da Madalena adossada ao muro da actual Esola Jaime Cortesão, era uma das fontes da Horta de Santa Cruz do século XVII


FONTE dos BICOS

Largo da Feira dos Estudantes

 

Fonte do Largo da Feira, (desmontada / destruído nos anos 40 do séc. XX para construção da actual Faculdade de Medicina)


Fonte dos Bicos - 1537 D. João III - Marco da Feira 
Esta fonte era alimentada pela água distribuída â Alta pelo Aqueduto de São Sebastião em conduta subterrânea a partir do terminus dos Arcos do Jardim



CHAFARIZ da  SÉ VELHA

 Chafariz da Sé Velha (hoje desaparecido)

Chafariz da Sé Velha - 1573 

Chafariz da Sé Velha, Catedral de Santa Maria de Coimbra,  construído no adro da igreja, junto ao ângulo noroeste, onde anteriormente existia um depósito provisório de águas. 
Construído por D. Sebastião em 1573  com uma única bica e em 1580 foi-lhe acrescentada nova bica ficando portanto com duas




FONTE de SANSÃO


Foram três os chafarizes no antigo Terreiro ou Praça de Sansão. 
O primeiro  ao centro da praça, o Chafariz de Sansão. assentando sobre o seu pedestal quadrangular, a estátua do herói bíblico,  ladeado a Sul e a Norte pelo Chafariz de S. João

Estes chafarizes haviam sido mandados construir pelos anos de 1400, por D. Afonso Martins, 19º prior mor do mosteiro de Santa Cruz

O de São João foi mandado demolir por D. Sebastião aquando da construção do Aqueduto de São Sebastião, o de Sansão foi derrubado acidentalmente em 1819 e demolido em 1838 pela Câmara



Em 1839 construído um outro neste espaço na frontaria do antigo mosteiro de Santa Cruz e demolido em 1870 quando ali foram construídos os novos Paços Municipais.

Muito lindo é Sansão
Que tem bicas a correr
Mais lindo é Montarroio
Que tem moças a valer.

O Terreiro ou Largo de Sansão passou a ter novo topónimo -Praça 8 de Maio- em homenagem às forças liberais que em 8 de Maio de 1874, comandadas pelo Duque da Terceira, entraram em Coimbra

 https://www.cm-coimbra.pt/wp-content/uploads/2011/12/coimbra.old_joomlatools-files_docman-files_Fontanario-da-se-velha.pdf



As fontes, memórias vivas do abastecimento público de água aos habitantes espalhados pelas ruas, largos,  praças e jardins da cidade constituem locais onde o património e a história de Coimbra  é bem visível e o som da água ecoa.


Quinta das Lágrimas

     FONTE das LÁGRIMAS


       FONTE dos AMORES


 FONTE das LÁGRIMAS
Fonte das Lágrimas

 FONTE dos AMORES


Na Quinta das Lágrimas vamos encontrar as lendárias  Fonte dos Amores e Fonte das Lágrimas. 

A quinta e estas duas fontes são célebres por terem sido cenário dos amores do príncipe D. Pedro (futuro Pedro I, de Portugal) e da fidalga D. Inês de Castro, tema de inúmeras obras de arte ao longo dos séculos.

O espaço era, antigamente, a Quinta do Pombal que data do século XIV e pertencia ao Mosteiro de Santa Cruz.

Por aí, terá andado Luís de Camões, no século XVI, meditando nos amores de Pedro e Inês que cantou de maneira sublime nos Lusíadas. Ainda nesse século a sua posse passou para a Universidade.

A Fonte dos Amores data do século XIV e, já nesse século, era designada por esse nome, embora nada tivesse a ver com os amores de Pedro e Inês

Provavelmente foram os estudantes que estabeleceram essa ligação, quando por aí passeavam. Até o regato se diz que servia para levar as cartas de Pedro para Inês, quando esta estava no Convento de Santa Clara-a-Velha. 

O actual edifício data do século XVIII, tendo sofrido grandes alterações no século seguinte, devido a um grande incêndio que o consumiu. Em 1995 foi transformado em hotel de luxo.




As fontes além de permitirem o fornecimento de água à população e de contribuírem para “o embelezamento e enobrecimento dos espaços onde estavam inseridas”, as fontes “serviam de ponto de encontro" da população
“A importância da água como fonte de vida, associada ao simbolismo religioso de purificação contribuiu para que ao longo do tempo e face à expansão demográfica fossem surgindo em Coimbra inúmeras e os mais diversas tipos de  fontes e chafarizes”




FONTE do CASTANHEIRO

 






Fonte do Castanheiro é uma fonte constituída por uma bica, um tanque retangular ao nível do chão e dois bancos dos lados. Toda a estrutura se encontra coberta por azulejos
A velha Fonte do Castanheiro, construída em 1701 como fonte pública, muito ligada à boémia coimbrã como local de romaria e de encontro entre as Tricanas e os estudantes, situada na zona da Arregaça

Vamos seguindo
Tocando no pandeiro
Vamos beber água
À fonte do Castanheiro

As moças que aqui brincam
Á roda deste pinheiro
Vão acabar com a dança
Á Fonte do Castanheiro.



Esta fonte  encontra-se actualmente num estado de ruína desolador. 
Embora da sua velha bica ainda jorre água que tantos cântaros de tricanas e de camponesas encheu, o seu frontão altivo com brasão, as suas escadarias e a sua zona verde lateral está escandalosamente abandonada, difícil de aceder e até perigosa.




FONTES e CASCATAS

 


JARDIM da SEREIA



Pórtico do Parque de Santa Cruz - Jardim da Sereia

 A entrada no Parque de Santa Cruz faz-se um pórtico de três arcos, Cada arco é encimado por uma escultura que no seu conjunto representam as três virtudes teologais: 

FÉ, ESPERANÇA e CARIDADE

a rodear os arcos, dois torreões seguidos de muro  em balaustrada  que rodeia a entrada do Jardim e  dão entrada ao "recinto da pela"  tendo ao fundo a cascata com a imagem de Nossa Senhora da Conceição ladeada por dois medalhões de azulejos e esculturas representativas de Sara e Agar no deserto e o profeta Eliseu lançando sal nas águas de Jericó




Cascata com a imagem de Nossa Senhora da Conceição

O Parque de Santa Cruz - Jardim da Sereia, em Coimbra, é um espaço de grande significado simbólico e erudito, edificado pelos Monges Regrantes de Santo Agostinho (Os Crúzios) e que de certo modo é a tentativa da construção de um paraíso terreal em que a água está sempre presente.

Fonte da Nogueira ou Fonte da Sereia

Ao cimo da escadaria de aparato encontra-se a Fonte da Nogueira na qual se destaca uma estátua representativa de um tritão abrindo a boca a um golfinho de onde a água jorra para uma concha. 

É este conjunto artístico que está na origem da designação popular de Jardim da Sereia.

O Tritão (que popularmente se crismou de SEREIA)

a Fonte da Nogueira ou da Sereia (na verdade, do Tritão, alegoria da criação do mundo a Fonte da Nogueira constitui verdadeiramente “o coração de todo o Parque” de Santa Cruz 



Fontanário - Lago Central - Jardim da Sereia 



JARDIM BOTÂNICO




Jardim Botânico Chafariz do Lago Central


Fonte da Mata de São Bento - Jardim Botânico - Coimbra

Uma fonte típica das “cercas monásticas, que, juntamente com sítios de fresco, capelas e tanques de água se assumiam como locais de recreio, de meditação e de oração situadas sempre em contacto com a natureza” dos finais do século XVII, com mina/galeria  a dar à rua da Alegria

Fonte do Botânico muito mais antiga que a anterior



Capela de São Bento



JARDIM da MANGA

FONTE da VIDA

Este claustro é uma das primeiras obras arquitetónicas inteiramente renascentistas feitas em Portugal, obra de João de Ruão que desenha o conjunto da fonte e dos quatro relevos para os cubelos da fonte central, evocativa da "Fonte da Vida no meio do Paraíso"

O Claustro da Manga foi entregue à Câmara Municipal em 1839 e desde essa altura tem recebido diversas intervenções de restauro e conservação.

Terá sido concebido pelo Rei João III de Portugal, que ao visitar o mosteiro, deparou-se com um amplo espaço desaproveitado, e logo esboçou na manga do seu gibão um claustro e jardim circundante, que mandou depois executar


Pormenor do corpo central em forma de zimbório, assente sobre oito colunas 

O Jardim situa-se nas traseiras do Mosteiro de Santa Cruz e começou por ser um claustro, um dos três que o  mosteiro tinha

Uma das primeiras obras arquitectónicas  renascentistas construídas em Portugal por João de Ruão

O Claustro da Manga ou Jardim da Manga é um espaço encantado e dos mais bonitos postais  da capital do Mondego, ergueu-se uma dezena de anos antes da própria Universidade se transferir definitivamente para Coimbra.
Todos os elementos neste Claustro têm um significado, desde o cão junto às escadas, símbolo de fidelidade, ao papagaio que representa a eloquência, às gárgulas que representam os diabretes que impediam os justos de alcançar a salvação e a vida eterna
Os pormenores são muitos, desde a cúpula que representa o universo ou o firmamento; os 4 pequenos lagos que representam os rios Gehon, Físon, Tigre e Eufrates e que correm em direcção aos 4 pontos cardeais; e os 4 corredores que dão acesso às torres e que simbolizam a vida terrena. A água simboliza não só a vida como o renascimento espiritual, como no baptismo, e os 4 jardins são alusivos ao Éden de Adão e Eva. 
Filipa Queiróz, in ... 

 
Em 2028 fará 500 anos

FONTE de SANT'ANA (desaparecida)



A Fonte e o Campo de Sant'Ana, com vista do Jardim Botânico, Arcos do Jardim, colégio de São Bento, Paço das Escolas, Torre do Castelo, Torre da Universidade e Zimbório da Sé Nova, Torre do Observatório Astronómico.

Ao fundo um coche do bispo diocesano (?).

 Em primeiro plano, moço de recados, aguadeiras com cântaros de barro, mulheres de bioco e mantilha e estudantes. 

Gravura de G. Vivian (1839)

Fonte demolida no início do século XX neste espaço continua uma nascente, Jardim dos Patos.

Por aqui passava o caminho para a Beira. 

Nesta época este caminho tinha início na Porta do Castelo, seguia ao longo das grades do Botânico em direcção ao Colégio de São José dos Marianos (actual Hospital Militar N2) e seguia em direcção da Capela de Santo Antoninho dos Porcos, por nesse espaço, já fora de portas da cidade, se fazer o mercado deles, e uma dezena de metros em frente apanhava-se a Ladeira das Alpenduradas em direcção ao Calhabé donde seguia para o Mondego até às Torres e frente aos Palheiros atravessava-se o rio na barca do concelho, seguindo-se depois na direcção de Poiares a caminho das terras da Beira
Mais tarde (segunda metade do século XIX) o caminho para a Beira, já denominado Estrada da Beira, saia do Largo Portagem e seguia o trajecto agora denominado Rua do Brasil (antes Estrada da Beira)  em direcção a São José, Portela do Mondego.


FONTE de SANTO ANTÓNIO dos OLIVAIS



Fonte com uma só bica e um pequeno tanque, rodeada por uma estrutura em pedra que forma bancos dos dois lados. 
Destaque para as seis gravuras de alto relevo em alvenaria, 3 para cada lado da bica e que foram aproveitados da demolição de uma residência apalaçada que existia neste local. As esculturas exibem motivos mitológicos e heráldicos que hoje estão desenquadrados da sua posição original e cuja leitura se torna, por esse motivo difícil.




CHAFARIZ dos OLIVAIS

Chafariz dos Olivais 

 O chafariz dos Olivais é composto por três tanques, sendo o central maior do que os outros. Aqui se abastecia de água potável a população, bem como se refrescavam os viajantes e os animais que por aqui passavam. Não está documentada a data da sua construção, embora se possa situar no do séc. XVIII. Certo é que, já anteriormente, aqui existia outro fontanário. O atual arranjo do adro, criando a escadaria em volta do chafariz, data do ano de 1996.

FONTE de CELAS 

"FONTE d' EL-REI" 




Fonte barroca de espaldar composta por três panos separados por pilastras, três bicas e um tanque de água. Foi construída em 1761, durante o reinado de Dom José.
Tem a meio um grande escudo com as armas da nação portuguesa, envolvido em largos ornatos.
A Fonte de Celas, também designada antigamente por “Fonte d’El Rei”, é uma das mais belas fontes construídas na cidade de Coimbra e seus arredores. 
Fonte do claustro


FONTE de EIRAS





FONTE da CHEIRA



Fica na rua do Brasil - Estrada da Beira -  Calhabé. 
Trata-se de uma fonte de pano único, enquadrado por um arco formado por duas pilastras, rematado por um frontão curvo Interrompido e decorado com enrolamentos. 
Esta composição arquitectónica não era daqui. Foi para aqui trazida da Capela da Anunciação ou das Meninas de Palhavã que se encontrava na galeria alta do Claustro de Santa Cruz, no ano de 1860. Tem pelo menos esse interesse histórico e cultural

CHAFARIZ da  FEIRA

Chafariz da Feira - mandado construir em 1537  por D. Sebastião,  3 bicas
Estava situado na praça de S. Bartolomeu, conforme se pode ver na vista panorâmica da cidade de Coimbra, de Jorge Braunio onde aparece com a designação de “fons fori” . 
Foi mandado construir em 1573, por carta régia de el-rei D. Sebastião. 
No ano de 1747, este Chafariz beneficiou da limpeza e desobstrução dos canos.
No ano de 1864 voltou a ser reformado, tendo sido adicionadas na frontaria as armas da cidade e a data de 1864. 
Manteve o número de três bicas e  depósito de água suficiente para acudir aos incêndios.
No Largo, ou Terreiro, ou Praça de São Bartolomeu desembocavam todas as ruelas da "Baixinha" que faziam o velho burgo medieval, que ia crescendo extra-muros, da porta da Barbacã ou seja do  Arco da Almedina, onde não podia faltar a fonte.
Falta-me a gravura deste chafariz  que ficava nas proximidades do  velho pelourinho de Coimbra
O Pelourinho de Coimbra localiza-se fronteiro à Igreja de São Bartolomeu, na Praça do Comércio - antigo Largo de São Bartolomeu 
O pelourinho de Coimbra veio do adro da Sé Velha, onde se encontrava junto à Casa do "Vodo" (casa da audiência da Câmara, em frente à Igreja da Sé Velha) para a praça do Comércio nos finais do século XV (1498).



Foi retirado de seu lugar e transferido para o largo da Portagem (1611), onde foi adaptado para servir de fontanário. Aí permaneceu até 1836 ano em que foi armazenado, permanecendo guardado até 1984. 

O aCtual exemplar é uma reconstrução efetuada na década de 1980, baseada em uma gravura de época, e instalado em 1984 quando da reurbanização da atual Praça do Comércio, antiga Praça Velha.


FONTE da ARREGAÇA


Fonte na Quinta das Hortas  ARREGAÇA
COIMBRA 1882

Esta fonte hoje já não existe e ficava muito perto da Fonte do Castanheiro

FONTE da MADALENA

Fonte da Madalena
Rua Olímpio Nicolau Rui Fernandes


Fonte barroca construída em 1729, a apresentar um pórtico seiscentista em redor. A bacia é em forma de concha e, no cimo, encontra-se um rótulo envolvido em largos ornatos com grinaldas com folhas, flores e frutos.
Era uma das fontes da quinta, na parte denominada Horta, que se alongava pelo vale do mosteiro de Santa Cruz
A bacia em forma de concha fica já sob o piso do passeio, defendida por um resguardo em ferro forjado



FONTE de SANTA COMBA


Fonte  de Santa Comba

Entre a linha de cimos da Cumeada e o largo vale de Coselhas, para o norte de Celas, um modesto vale, o Valmeão, com pequeno morro a reparti-lo, aonde assentam os restos da capelita, que se apresenta, por isso, como capela devocional de altura. 
Referida já no séc. XV e renovada no  Séc. XVII, mais abaixo uma fonte, Fonte de Santa Comba também séc. XVII

FONTE de EIRAS

Fonte pública de espaldar construída no reinado de Dom João V, em 1743. Apresenta um corpo central e dois laterais mais baixos e, sobre o tanque, o selo medieval da vila e o escudo nacional.


FONTE da CALÇADA do GATO



A Fonte do Gato encontra-se a meio da Calçada do Gato, entre Santo António dos Olivais e São Romão.
Construída em 1771, a fonte tem uma só bica sobre um pequeno tanque de forma oval, muito deteriorado, e a sua água tem a nascente numa quinta próxima.
No frontispício, as armas da cidade são rematadas, na parte inferior, pelo vulto de um gato. A pedra que contém este vulto está muito desgastada pela ação do tempo, ou destruída pela mão de «vândalos», e o vulto mal se distingue
Foi remodelada no século XIX, mas a inscrição primitiva (ANNO 1771) não foi alterada.



FONTE da HORTA de SANTA CRUZ



Fonte Mercado D. Pedro V (mercado inaugurado em 1867)   no sopé da colina da Couraça dos Apóstolos.


Fontes Coimbra

Aqueduto São Sebastião, Aqueduto Santa Clara, , Fonte da Cheira, , Fonte de Antanhol, Fonte de São Silvestre,





Espaços de Água:

Jardim da Manga, Parque de Santa Cruz, Jardim Botânico. Quinta das Lágrimas


Chafarizes desaparecidos

Chafariz da Feira - Praça de São Bartolomeu mandado construir em 1537  por D. Sebastião,  3 bicas
Chafariz de Sansão
Chafariz da Feira
Fonte da Arregaça
Fonte de Santana


Aquedutos Coimbra  Nota: Deliberadamente continuo s escrever segundo as normas do  ACORDO DE 1945 Coimbra     Aquedutos Desde os seus primór...